Grávida pode beber álcool?


Consumo de álcool durante a gravidez

O consumo de álcool na gravidez é um tema controverso, pois as opiniões divergem, tanto no meio clínico como científico.

A opinião com maior aceitação entre a comunidade médica é de que a mulher deve suspender o consumo de álcool durante a gravidez, uma vez que os efeitos do álcool no desenvolvimento do bebê não são ainda completamente conhecidos.

Uma parte da comunidade médica, como é o caso do sistema de saúde Britânico (NHS), tem uma posição mais flexível, permitindo o consumo de até duas doses[1], duas vezes por semana, desde que esse consumo seja feito apenas após o primeiro trimestre de gestação.

No entanto, mesmo o NHS, mantém a opinião de que é preferível não haver qualquer consumo de álcool, apesar de deixar a decisão do lado da mulher.

Quais são os efeitos conhecidos do álcool no bebê

Quando uma mulher grávida bebe, o álcool passa através da placenta para o bebê, que o irá processar no fígado.

No entanto, por ter o fígado ainda em desenvolvimento, o bebê possui uma capacidade muito menor de processar o álcool do que um adulto, o que faz com que o consumo regular de álcool possa ser extremamente prejudicial para o seu desenvolvimento.

É sabido, por exemplo, que o consumo de álcool durante o primeiro trimestre é um fator que pode contribuir para a ocorrência de aborto espontâneo e malformações fetais, para além de aumentar o risco de parto prematuro e provocar outras sequelas, como baixo peso à nascença e uma maior fragilidade física durante a infância.

Um outro problema é a Síndrome Alcoólica Fetal, que está ligada ao consumo excessivo de álcool durante a gravidez e pode provocar sequelas graves no bebê.

Algumas das sequelas causadas pela Síndrome Alcoólica Fetal são:

  • Problemas de crescimento
  • Deformações da face
  • Problemas intelectuais e de aprendizagem

Qual é a opção mais segura?

As consequências do consumo de álcool no desenvolvimento bebê são evidentes nos casos em que o consumo é excessivo, mas menos claras quando é feito de forma moderada.

Mas isso não quer dizer que o consumo moderado de álcool durante a gravidez seja isento de perigos, apenas significa que esses perigos não estão devidamente estudados.

Consumir ou não álcool durante a gravidez é, em última analise, uma decisão de cada mulher. Mas lembre-se que são apenas nove meses e provavelmente não será assim tão difícil prescindir do ocasional copo de vinho à refeição ou do chope no final de semana.

Como substituir o consumo de álcool?

Se você apenas consome álcool de forma ocasional, não será difícil encontrar outras rotinas. Pode por exemplo, optar por um suco ou água quando sair com seus amigos, ou ainda, por cerveja sem álcool.

Se tem o hábito de beber para relaxar um pouco, tente outras opções como ioga, um passeio ou um banho relaxante.

No caso de você sentir que bebe em excesso e que parar de beber pode ser um problema, não tenha receio em procurar ajuda. Existem vários programas que a podem ajudar nesse sentido, e seu médico poderá encaminhá-la para um especialista na área.

No caso de você preferir não se expor, existem associações como os Alcoólicos Anónimos ou o serviço governamental Ligue 132 que garantem a confidencialidade do seu caso.

[1] Cada dose é o equivalente a um copo de vinho

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