Refrigerante na gravidez


Conheça os riscos do consumo de refrigerante na gravidez

Apesar de não apresentarem benefícios nutricionais e ser do conhecimento geral que o seu consumo regular constitui um fator de risco para a diabetes tipo 2 e outros problemas de saúde, os refrigerantes fazem ainda parte da alimentação diária de milhões de pessoas.

Por isso, não é de estranhar que o consumo excessivo de refrigerantes seja também um dos principais problemas na dieta de muitas gestantes, com a agravante de afetar também o bebê.

Grávida pode tomar refrigerante?

Normalmente, apenas as gestantes que desenvolvem diabetes gestacional são aconselhadas a restringir ou parar o consumo de refrigerantes. No entanto, tal como na população em geral, o consumo regular de refrigerantes aumenta o risco de diabetes tipo 2, problemas de obesidade e doenças cardiovasculares, o que não é desejável em qualquer fase da vida, muito menos durante a gravidez.

Grávida pode tomar refrigerante?
Refrigerantes | Foto: Adobe Stock

Além dos problemas já conhecidos, um estudo preliminar realizado em 2009, por investigadores ligados à American Diabetes Association, aponta para uma relação entre o consumo de refrigerantes do tipo cola e o aumento da incidência de diabetes gestacional.

Por isso, apesar de não estar ainda completamente provada uma relação de causa-efeito entre o consumo de refrigerantes e a diabetes gestacional, é aconselhável moderar o consumo deste tipo de bebidas, uma vez que estas aumentam o risco de desenvolvimento de diabetes ao longo da vida e contribuem para problemas de obesidade.

Refrigerante diet ou light é seguro na gravidez?

Os refrigerantes light são publicitados como alternativas “mais seguras” aos refrigerantes açucarados normais. No entanto, alguns adoçantes usados para substituir o açúcar podem aumentar o risco de certas patologias, causar incômodos intestinais ou mesmo contribuir para problemas na gravidez.

O aspartame que é largamente utilizado para adoçar as versões diet de várias bebidas e chicletes é conhecido por causar transtornos intestinais, nomeadamente diarréia, se for consumido de forma regular.

Mas além destas consequências menos graves, o consumo regular de refrigerantes, parece estar ligado tanto a um aumento do número de partos prematuros como um aumento do risco de obesidade na infância.

Um estudo publicado em 2010 liga o consumo de refrigerantes artificialmente açucarados (incluíndo diet) à ocorrência de partos prematuros. O estudo envolveu mais de 60.000 gestantes dinamarquesas, tendo sido determinado um risco de 38% para as gestantes que consumiam um refrigerante por dia e de 80% para as que consumiam 4 ou mais refrigerantes por dia.

Já um estudo recente, publicado em 2016 pela investigadora Meghan B. Azad da Universidade de Manitoba, Canadá, que envolveu 3.000 gestantes, relaciona o consumo de refrigerantes diet durante a gravidez com uma maior ocorrência de obesidade infantil, tendo sido registado um aumento do Índice de Massa Corporal nas crianças cujas mães consumiam regularmente bebidas artificialmente açucaradas, assim como um aumento para o dobro do risco de obesidade infantil.

Por isso, apesar de haver necessidade de continuar os estudos em torno do consumo de refrigerantes diet durante a gravidez, é aconselhável moderar o seu consumo como medida de prevenção.

Refrigerantes com cafeína na gravidez

Além do alto teor de açúcar, alguns refrigerantes contêm também cafeína, o que pode trazer riscos indesejados para a gravidez, se a quantidade ingerida ao longo do dia não for devidamente controlada.

É consensual entre a comunidade médica que consumo de cafeína durante a gravidez se deva manter abaixo dos 200mg/dia, ou o equivalente a 2 – 4 xícaras de café, dependendo da quantidade e tipo de café utilizado.

Refrigerante com cafeína na gravidez
Refrigerante tipo cola | Foto: Adobe Stock

O fato é que, muitas vezes, não prestamos atenção às quantidades de cafeína presentes nos refrigerantes e consumimos inadvertidamente doses superiores às recomendadas, o que no caso de uma gestante pode ser problemático. Por isso, preparamos essa tabela que compara os valores típicos de cafeína de algumas bebidas:

Bebida Quantidade média de cafeína Dose diária máxima
Café expresso (50 ml) 59 mg 3 doses
Refrigerante tipo cola (350 ml) 43 mg 4 doses
Bebida energética (250ml) 78 mg 2 doses
Bebida energética (350ml) 110 mg 1 dose
Bebida energética (500ml) 147 mg 1 dose

No entanto, essa tabela apenas mostra valores médios e algumas bebidas energéticas podem conter mais do que 200 mg de cafeína numa única dose, o que ultrapassa a dose diária recomendada, pelo que é indispensável consultar os valores no rótulo da bebida antes de a consumir.

Quais são as consequências do consumo excessivo de cafeína na gravidez?

O consumo excessivo de cafeína (acima dos 200 mg/dia) está ligado a um aumento do risco de aborto espontâneo e a perturbações do sono nos primeiros meses de vida do bebê.

Em resumo

O consumo excessivo de refrigerantes com alto teor de açúcar é um dos fatores que contribui para o aumento da incidência de obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes na população em geral, sendo o mesmo verdade quando falamos de gestantes.

Além disso, existem outras razões para limitar o consumo de refrigerantes durante a gravidez:

  • Suspeita-se de uma ligação entre o consumo de refrigerantes, do tipo cola e uma maior incidência da diabetes gestacional.

  • Existe uma forte correlação e possível relação entre o risco de parto prematuro e o consumo excessivo de refrigerantes.

  • Foi encontrada uma relação entre o consumo de refrigerantes e o aumento do risco de obesidade infantil.

Isto não significa que sejam absolutamente proibidos durante a gravidez, e não é esperado que um refrigerante ocasional cause algum tipo de problema numa gestante saudável, mas o seu consumo deve ser limitado ao mínimo.

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