Colestase na gravidez


O que é a Colestase Gestacional?

A colestase gestacional ou colestase gravídica é um distúrbio do fígado cujo principal sintoma é uma coceira intensa (prurido). Esta coceira afeta geralmente as palmas das mãos ou os pés, mas pode espalhar-se ao resto do corpo.

A colestase é uma redução no fluxo de bile, que dificulta a passagem deste suco digestivo para o intestino, fazendo com que se acumule no corpo, causando o prurido característico da colestase gestacional.

Embora a colestase gestacional seja bastante desconfortável, não coloca em risco a saúde da mãe. No entanto, esta pode afetar gravemente o bebê, aumentando o risco de parto prematuro e morte fetal. Por isso, é normalmente aconselhada a indução do parto, logo que o bebê atinja as 37 semanas de gestação.

Sintomas

A colestase gestacional pode apresentar os seguintes sintomas e sinais:

  • Coceira intensa nas mãos e/ou pés, podendo espalhar-se ao resto do corpo.
  • Fezes claras (devido à redução de bile no intestino).
  • Urina escura
  • Amarelecimento da pele (Icterícia)
  • Dor no lado superior direito do abdome.
  • Níveis de bilirrubina aumentados nos exames de sangue.

Caso os sintomas persistam após o parto é recomendável investigar a causa da colestase, pois esta poderá estar relacionada com um problema do fígado ou vesícula pré-existente.

Causas da Colestase Gestacional

A causa da colestase gestacional é a própria gravidez, havendo uma relação entre os níveis de progesterona e estrogênio e a redução do fluxo de bile, que origina o acúmulo de bile no fígado. Pensa-se que esta alteração possa ter uma base genética, pois é mais frequente em algumas famílias e determinados grupos étnicos. No entanto, a colestase gestacional pode afetar qualquer gestante, independentemente da história familiar ou grupo étnico.

Após o parto, com a normalização dos níveis hormonais, a produção de bile tende a normalizar e os sintomas de colestase desaparecem.

Riscos da Colestase na gravidez

A colestase gestacional não apresenta riscos para a mãe, mas é particularmente perigosa para o bebê, estando relacionada com o aumento do risco de parto prematuro e morte fetal.

Nos casos menos severos, os médicos aguardam até às 37 ou 38 semanas antes de proceder à indução do parto. Durante esse tempo, a gestante é submetida a exames regulares, de forma a monitorar a evolução da gravidez e o estado de saúde do feto. Esses exames podem incluir análises de sangue (para determinar os níveis de bilirrubina) e cardiotocografia para monitorar o bem-estar do bebê.

Nos casos mais severos poderá ser necessário internamento para monitorar o estado do bebê com maior frequência, sendo por vezes recomendado induzir o parto antes das 37 semanas. Neste caso, são administrados corticoides para acelerar a maturação pulmonar do bebê antes da indução do parto.

Em alguns casos, poderão ser administrados suplementos de vitamina K, uma vez que a colestase pode afetar a absorção adequada desta vitamina, essencial à coagulação sanguínea.

Tratamento

Para a gestante, o tratamento limita-se normalmente à redução da intensidade dos sintomas, com medicamentos que aliviam o prurido.

No caso de haver um risco elevado para o bebê, poderão ser administrados corticoides para ajudar no desenvolvimento dos pulmões, antes de se proceder à indução do parto.

Nos primeiros meses após o parto a mãe é submetida a novos exames para saber se o fluxo de bile voltou ao normal.

Quando consultar o médico

Como na maior parte das vezes o único sinal de colestase é a coceira, deve consultar o seu médico no caso desta ser persistente (prurido), mesmo que limitada apenas às mãos ou pés.
A investigação da causa do prurido é muito importante, pois embora existam outras explicações para a coceira intensa, a possibilidade de colastase deve ser imediatamente avaliada devido ao risco que representa para o bebê.

Em resumo

A colestase gestacional é uma patologia hepática que surge durante os últimos meses de gravidez, aumentando o risco de parto prematuro e morte fetal.

O seu principal sintoma é coceira intensa pelo que qualquer ocorrência deste sintoma deve ser investigada imediatamente.

O tratamento da colastase passa pelo alívio dos sintomas e monitoramento da gestação, sendo frequente a indução do parto, por volta da 37 semanas.

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