Diabetes gestacional: sintomas e tratamento


Como reconhecer os sintomas da diabetes gestacional

A diabetes gestacional é um problema de saúde relativamente comum, atingindo entre 2% e 18% das gestantes, dependendo das características da população.

No Brasil, a prevalência da diabetes mellitus gestacional situa-se entre os 2,4% e os 7,2%, segundo dados publicados na Revista da Associação Médica Brasileira.

A diabetes gestacional é frequentemente uma doença “silenciosa” e como tal poderá não causar quaisquer sintomas, fazendo com que muitas vezes seja apenas detectada através de análises de sangue, normalmente realizadas no final do primeiro trimestre, entre as 8 e as 12 semanas de gestação.

Teste de glucose
Teste de glucose | Foto: Adobe Stock

O que é a diabetes gestacional?

Tal como as outras formas de diabetes, a diabetes mellitus gestacional (DMG) é caracterizada pela intolerância à glicose que se reflete em níveis excessivos de açúcar no sangue (hiperglicemia).

No entanto, ao contrário destas, a DMG não tem origem num défice de produção de insulina, mas num funcionamento inadequado dos receptores de insulina causado pelas alterações hormonais típicas da gravidez, nomeadamente devido à presença do hormônio lactogênico placentário e ao aumento dos níveis de outros hormônios como o estrogênio e a progesterona, que aumentam a resistência à insulina, causando hiperglicemia .

Além disso, a DMG diferencia-se das restantes formas de diabetes por ter o seu início durante a gravidez, sem que haja história prévia de diabetes.

Sintomas da diabetes gestacional

Os sintomas da diabetes gestacional são causados pela hiperglicemia e podem incluir:

  • Boca seca.
  • Sede excessiva.
  • Cansaço excessivo.
  • Vontade frequente de urinar, especialmente à noite.
  • Infecções recorrentes.
  • Visão turva.

Deverá consultar o seu médico caso tenha algum dos sintomas referidos, de forma a que este possa despistar a possibilidade de diabetes gestacional.

Complicações possíveis da diabetes gestacional

Além dos sintomas referidos, a diabetes gestacional aumenta pressão arterial, contribuindo para um risco acrescido de pré-eclampsia, que põe em perigo tanto a saúde da mãe como a do bebê.

Aumenta ainda o risco de desenvolver novamente diabetes gestacional numa gravidez futuro, assim como o risco de desenvolver diabetes tipo II ao longo da vida.

Diabetes na gravidez: riscos para o bebê

A diabetes gestacional apresenta também riscos para o bebê, nomeadamente:

  • Peso excessivo ao nascimento, aumentando as chances de que haja necessidade de cesariana.
  • Dificuldades respiratórias ao nascimento.
  • Hipoglicemia ao nascimento.
  • Risco aumentado de obesidade e diabetes tipo II ao longo da vida.

Nos casos em que a diabetes gestacional não é tratada, existe ainda um sério risco para a vida do bebê, tanto antes do nascimento como durante as primeiras semanas de vida.

Diagnóstico da diabetes gestacional

O rastreio da diabetes gestacional é feito normalmente durante a primeira consulta pré-natal, entre a 8.ª e a 12.ª semana de gravidez, através de análises ao sangue e um teste de tolerância à glicose.

O teste de tolerância à glicose consiste na recolha de sangue em jejum, seguida da toma de uma bebida açucarada e de uma nova recolha de sangue duas horas depois, de forma a perceber se o seu corpo consegue lidar de forma adequada com a glicose.

Fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes gestacional

Algumas mulheres apresentam um risco acrescido de DMG, nomeadamente se estiverem incluídas num destes grupos:

  • Índice de massa corporal (IMC) superior a 30.
  • Ter história prévia de diabetes gestacional.
  • Ter dado à luz anteriormente um bebê com mais de 4,5 Kg (macrosomia fetal).
  • Ter uma história familiar de diabetes.
  • Pertencer a um grupo étnico de maior risco (afro-americanos, latino-americanos, índios ou asiáticos).

Prevenção da diabetes gestacional

A diabetes gestacional pode ser prevenida com mudanças de estilo de vida, nomeadamente através de alterações na dieta e aumento da atividade física, diminuindo assim o peso dos fatores de risco e as chances de que a doença surja.

Exercício físico na gravidez
Foto: Dollar Photo Club

As mudanças necessárias variam de pessoa para pessoa e ninguém melhor que o seu médico para aconselhá-la nesse sentido. No entanto, existem algumas regras alimentares básicas que poderão ajudar a diminuir o risco de diabetes gestacional:

  • Faça uma alimentação regular e equilibrada.
  • Evite o consumo excessivo de doces, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.
  • Modere o consumo de hidratos de carbono.
  • Aumente o consumo de fibras, comendo fruta e cereais integrais.

Tratamento da diabetes gestacional

A diabetes gestacional resolve-se normalmente com mudanças de estilo de vida, que passam pelo estabelecimento de uma dieta adequada e exercício físico moderado.

Além disso, as mulheres com diabetes gestacional são ensinadas a medir os níveis de glicose, de forma a poderem ajustar a dieta no sentido de controlar a diabetes.

Normalmente essa medição é feita logo pela manhã e após as refeições (uma a duas horas depois), mas poderá haver necessidade de fazer medições mais frequentes dependendo da rotina e características de cada pessoa.

No entanto, em alguns casos a mudança de dieta e exercício poderão não ser suficientes para controlar a diabetes, sendo necessária a toma de medicação específica ou insulina.

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