Entenda o que é a laringomalácia infantil
A laringomalácia é um problema congênito que afeta os tecidos da laringe e está na origem da maior parte dos casos de estridor (respiração ruidosa) no recém-nascido, estimando-se que seja a causa subjacente em 45% a 75% dos casos.
A respiração dos bebês com laringomalácia caracteriza-se por um som agudo ao inspirar, acompanhado muitas vezes por sons semelhantes aos de uma obstrução nasal, ainda que o bebê não tenha o nariz entupido.
Apesar do incômodo e apreensão que este problema possa causar, raramente é motivo para preocupação, pois na maior parte dos casos resolve-se espontaneamente à medida que o bebê cresce.
O que é a laringomalácia?
Laringomalácia significa literalmente “laringe mole” e caracteriza-se pela falta de maturidade das estruturas que constituem a laringe, associada à falta de tonicidade muscular, resultando no colapso da cartilagem superior da laringe durante a inspiração.
Este colapso temporário causa então a obstrução parcial da passagem do ar, provocando o som agudo característico do estridor. No entanto, apesar do som e aparente obstrução, a laringomalácia raramente causa problemas respiratórios graves.
Porém, em alguns casos, a laringomalácia pode ser acompanhada de uma sintomatologia mais severa, causando episódios de dispneia, apneia do sono ou mesmo dificuldades na alimentação, devido a engasgamento.
Quais são os principais sinais de laringomalácia?
Os principais sinais e sintomas de laringomalácia são:
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Início nos primeiros 2 meses de vida.
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O estridor ocorre na inspiração.
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O estridor piora quando o bebê está deitado ou quando chora.
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Não ocorre cianose (cor azul na pele, à volta dos lábios, devido a falta de oxigênio).
Em casos mais severos poderá ocorrer:
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Dispneia (dificuldade em respirar).
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Apneia do sono (obstrução temporária das vias aéreas).
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Engasgamento durante a alimentação.
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Refluxo gastro-esofágico induzido pela laringomalácia.
Como é feito o tratamento da laringomalácia?
Pode parecer estranho, mas na maior parte dos casos o único tratamento é o tempo, uma vez que os sintomas tendem a diminuir à medida que a criança cresce, desaparecendo completamente entre os 12 e os 24 meses de idade.
Por isso, se o pediatra não aconselhar um tratamento específico, a solução é relaxar e explicar à família e amigos que, apesar do aparato dos sintomas, não há nada de errado com o bebê.
Apenas em casos raros, em que a sintomatologia é mais severa, poderá ser necessária uma intervenção cirúrgica para corrigir a cartilagem da laringe de modo a fazer desaparecer os sintomas.
Quando consultar o pediatra?
Sempre que o bebê apresente estridor ao respirar deve ser avaliado por um médico, a fim de ser determinada a causa. Mesmo tratando-se de laringomalácia, convém lembrar que nem todos os casos dispensam tratamento, e que a avaliação médica é sempre necessária.
Além disso, deverá dirigir-se ao hospital se:
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O bebê tiver episódios de apneia com duração superior a 10 segundos.
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Ocorrer cianose (cor azul na pele à volta dos lábios).
Em resumo
A Laringomalácia é a causa mais comum de estridor
Se o seu bebê tem uma respiração ruidosa e aguda, a causa mais provável é a existência de laringomalácia não diagnosticada. Esta condição congênita que afeta os tecidos da laringe, é responsável pela maior parte dos casos de estridor no recém-nascido. Deve por isso consultar o seu médico se notar alterações na respiração do bebê.
A Laringomalácia é geralmente benigna e tende a resolver-se espontâneamente
Com excepção dos casos mais severos, não existe um tratamento específico para a laringomalácia, uma vez que os sintomas tendem a desaparecer espontaneamente com o crescimento do bebê.