Doença Inflamatória Pélvica: conheça os sintomas
O que é a Doença Inflamatória Pélvica?
A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma infecção dos órgãos reprodutores femininos que pode afetar o colo uterino, o útero, os ovários ou as tubas uterinas (trompas de falópio), colocando em risco a fertilidade e aumentando as chances de gravidez ectópica.
A DIP pode também conduzir a um quadro de dor pélvica crônica, aumentar o risco de alguns tipos de câncer e provocar infertilidade permanente.
Causas da Doença Inflamatória Pélvica
A DIP é uma complicação resultante de uma infecção bacteriana dos genitais, geralmente causada pelas bactérias responsáveis pela Clamídia e Gonorreia, pelo que as portadoras destas DSTs têm um risco acrescido de desenvolver DIP (10% nos casos de Clamídia e 40% nos casos de Gonorreia).
Embora a maior parte dos casos de DIP resultem de uma DST pré-existente, nem todos os casos de DIP tem origem comportamentos sexuais de risco. Em alguns casos, a infecção pode ser causada pelas bactérias normais da flora vaginal que ao migrarem para os ovários e tubas, causam infecção e posteriormente DIP.
Fatores de risco da DIP:
- Relações sexuais sem proteção
- Múltiplos parceiros sexuais
- Uso de drogas
- Uso de DIU
- Uso de ducha vaginal
Principais Sintomas da DIP
Em muitos casos a DIP não provoca quaisquer sintomas mas o mais frequente é dor abdominal baixa.
Outros sintomas que poderão associados a DIP ou infecção por DST são:
- Dor ou desconforto durante a relação sexual
- Sangramento após relações sexuais
- Dor ao urinar
- Menstruação mais abundante ou dolorosa do que o habitual
- Corrimento vaginal
Prevenção e Tratamento da DIP
A DIP é tratada com antibióticos e a maior parte das pacientes recupera bem. No entanto, é fundamental que o tratamento seja feito até ao fim, de forma a garantir que a infecção é totalmente erradicada.
É também importante que as relações sexuais sejam evitadas durante o tratamento e que o parceiro sexual (ou parceiros) seja submetido a testes, de forma a evitar que a infecção na origem da DIP volte a ocorrer ou seja transmitida a outras pessoas.
No que respeita à prevenção, o uso de camisinha é o método mais eficaz para evitar a ocorrência de DIP causada por DSTs.
Recomenda-se também que a ducha vaginal seja evitada pois prejudica o equilíbrio da flora vaginal e aumenta o risco de infecção.
Riscos para a fertilidade e gestação
Quando a Doença Inflamatória Pélvica não é devidamente tratada pode provocar o bloqueio total ou parcial das tubas uterinas, dificultando a fertilização e aumentando as chances de ocorrência de gravidez ectópica.
Nos casos em que ocorre gravidez ectópica a implantação do óvulo fecundado é feita fora do útero (usualmente nas tubas), pondo em risco a vida da gestante e resultando numa gravidez não-viável.
Apesar da maior parte dos casos de DIP responderem bem ao tratamento, cerca de 15% das mulheres afetadas desenvolvem problemas de fertilidade, tendo de recorrer a tratamentos de fertilidade como a fertilização in-vitro para conseguir engravidar.
Em certos casos, poderá ser aconselhada uma intervenção cirúrgica corretiva para restabelecer a função normal das tubas uterinas.
Riscos na amamentação
Se estiver a amamentar no momento do diagnóstico de DIP deve dizê-lo ao seu médico, pois alguns antibióticos usados no tratamento das bactérias responsáveis pela DIP podem ser prejudiciais ao bebê.
Em resumo
A Doença Inflamatória Pélvica é um problema relativamente comum, resultante normalmente da infeção por Clamídia ou Gonorreia, podendo causar problemas de fertilidade ou gravidez ectópica. No entanto, o seu tratamento é relativamente simples e maior parte das pacientes recupera sem sequelas.
Nos casos em que a DIP conduz a problemas de fertilidade existe a possibilidade de FIV ou cirurgia corretiva das tubas uterinas.