Gravidez ectópica: conheça os sintomas
Gravidez tubária ou gravidez ectópica
A gravidez ectópica é um quadro clínico grave, em que implantação do embrião ocorre fora do útero, pondo em risco a vida da gestante e resultando na quase totalidade dos casos, em morte fetal.
Apesar de não serem sinônimos, os termos gravidez ectópica e gravidez tubária são usados de forma indistinta, uma vez que na maior parte dos casos de gravidez ectópica, a implantação do embrião ocorre no interior das tubas uterinas. No entanto a gravidez tubária, apesar de mais frequente, é apenas uma das formas possíveis de gravidez ectópica.
A gravidez ectópica é, por definição, uma gravidez que ocorre fora do útero, podendo situar-se nas tubas uterinas (93 a 97% dos casos), num dos ovários, no cérvice (colo uterino) ou mesmo na cavidade abdominal.
Apesar da gravidade, a incidência da gravidez ectópica nos países desenvolvidos é relativamente baixa (1,5% do total de gestações), assim como a mortalidade materna, que se situa em torno dos 0,2%.
Sintomas de gravidez ectópica
A gravidez ectópica apresenta não apresenta sintomas específicos, pois os seus sintomas são comuns ao sintomas de uma gravidez normal.
No entanto, existem alguns sintomas que podem indiciar a existência de uma gravidez ectópica:
- Dor abdominal
- Sangramento vaginal
- Corrimento marrom
- Dor num dos lados do corpo
Quando a gravidez extra-uterina se encontra num estado mais avançado podem surgir sintomas mais graves, que requerem cuidados médicos imediatos:
- Dor aguda no ombro (sinal de hemorragia interna)
- Choque
Se apresentar um ou mais dos sintomas acima descritos, deve procurar um médico imediatamente, para avaliar a possibilidade de gravidez ectópica.
Fatores de risco
A ocorrência da gravidez extra-uterina parece estar relacionada com danos nas tubas de falópio que impedem a progressão normal do óvulo fertilizado em direção ao útero. Entre os principais fatores de risco, incluem-se:
- Cirurgia nas tubas uterinas
- Malformação congênita das tubas uterinas
- Endometriose
- Doença Inflamatória Pélvica
- Gravidez ectópica anterior
- HIstória de abortos medicamente induzidos
- História de tratamentos de fertilidade, nomeadamente a estimulação da ovulação
Como é detectada a gravidez ectópica?
Como não apresenta sintomas específicos, a gravidez ectópica é geralmente detectada durante a primeira ultrassonografia, quando se verifica a ausência de feto no útero.
Posteriormente, é feita a confirmação do diagnóstico através de novos exames de ultrassom e análises ao sangue.
Tratamento da gravidez ectópica
Em alguns casos, a gravidez resolve-se por si, resultando num aborto espontâneo, mas na maior parte das vezes é necessário efetuar um dos seguintes tratamentos para impedir a sua progressão.
Quando a gravidez é detectada numa fase inicial é normalmente aconselhado o tratamento com Metotrexato, um medicamento que impede o crescimento do embrião sendo este posteriormente reabsorvido pelo organismo.
Quando a gravidez é detectada tardiamente, a única opção é a cirurgia. O procedimento cirúrgico é feito por laparoscopia, de forma a preservar a estrutura da tuba afetada, possibilitando assim uma nova gravidez sem tratamentos adicionais, em 45 a 55% dos casos.
Nos casos em que os danos nas tubas não permitem que uma nova gestação tenha início, existe a opção de fertilização in-vitro com posterior implantação dos embriões no útero.
É possível levar a gravidez até ao fim?
Infelizmente, na esmagadora maioria do casos, a ocorrência deste tipo de gravidez implica a interrupção terapêutica da mesma.
São conhecidos apenas três casos (em todas as gestações de que há registo), em que uma gravidez extra-uterina progrediu até ao termo, mas tratam-se obviamente de exceções. Nesses casos, a gravidez foi descoberta num estado avançado e apenas pode progredir sob monitoramento médico constante, com elevado risco tanto para a mãe como para o bebê. Por isso, apesar das raríssimas exceções, é legítimo afirmar que a gravidez ectópica implica normalmente a morte fetal.
É possível engravidar novamente após uma gravidez ectópica?
Sim, cerca de 65% das mulheres que tiveram gravidez extra-uterina conseguem engravidar normalmente no primeiro ano. Porém, em alguns casos poderá ser necessário recorrer a fertilização in-vitro.
No entanto, a probabilidade da nova gravidez ser ectópica é um pouco mais elevada, situando-se nos 10%, pelo que o acompanhamento médico é fundamental nestes casos.
Em resumo
A gravidez ectópica é uma gestação que ocorre fora do útero e termina, na quase totalidade dos casos, com a interrupção da mesma.
As opções de tratamento passam pela administração de Metotrexato (na fase inicial) ou pela remoção cirúrgica do embrião, nos casos em que a gravidez se encontra mais avançada.
Apesar do risco de recorrência, a maior parte das mulheres consegue engravidar novamente sem necessidade de tratamentos adicionais.